PARA ONDE VÃO OS HOMENS?
Venho refletindo há algum tempo sobre a atual condição
masculina no mundo, seja na vida social, no trabalho, na criação dos filhos, na
vida afetiva. No geral apesar de ser um otimista por natureza já não tenho
muita fé num futuro brilhante do gênero. Mas dia a dia assisto estarrecido a
novos dados e informações que nos prometem um futuro sombrio.
Já temos a expectativa de vida abaixo da feminina, estudamos
menos, cuidamos menos de nossa saúde, temos mais mortes violentas por nos
expormos mais ao perigo. Não bastasse isso somos muito mais primitivos nas
reações, amadurecemos mais tarde, perdemos os argumentos muito mais facilmente
e partimos pra agressão, e como não há racionalmente a possibilidade de agredir
uma mulher quando se perde o argumento frequentemente em discussões acaloradas
os homens levam a pior. Paradoxalmente ao que acabo de afirmar sobre a
racionalidade da não agressão às mulheres, temos um nível de irracionalidade tal
que gerou uma estatística que me deixou estarrecido, metade das mulheres que
morrem assassinadas no mundo são vítimas dos seus próprios parceiros,
simplesmente inadmissível.
Arrisco-me a dizer que atualmente grande parte do poder que
os homens ainda detém em vários segmentos da sociedade se deve a um certo
corporativismo que com certeza os homens tem muito mais que as mulheres,
preparam suas próprias sucessões ou montam suas equipes de pessoas de confiança
baseados no sexismo antes da competência.
No mundo do trabalho acredito que a tendência com o passar do tempo seja
a de se equilibrar e ter uma pequena supremacia feminina, já que analisando de
uma forma mais fria as características e formas de atuação se complementam, mas
o quesito equiparação salarial é o que ainda deve gerar alguma celeuma.
Na criação dos filhos acredito que estamos conquistando
algum terreno, pois estamos mais sensíveis e atentos ao desenvolvimento deles, não
de forma generalizada, mas dos que se dispõe a tomar pra si verdadeiramente o
papel de pai, mas em muitos casos em que se negligencia o papel, a mulher acaba
desempenhando também essa função; já a proporção de casos inversos é infinitamente
menor, mas onde há a maior possibilidade de desencontros e conflitos é no setor
emocional e afetivo. O tempo passa e
elas estão cada vez mais seguras e determinadas, e nós?? Lamentavelmente ainda
que com um verniz civilizado, continuamos primitivos e nos achando donos da
vida de nossas companheiras, quando é que isso vai mudar? Como historicamente sempre
tivemos domínio das relações, como lidar com a igualdade? Não tivemos em nossa
infância referência dessa nova mulher, nossas mães embora já não fossem mais
submissas tinham uma clara divisão de papéis de homens e mulheres diferente da
que vivemos hoje. Alguém consegue vislumbrar qual será o lugar do homem nos
vários setores da sociedade?