Na boiada não querermos ser boi...
Vivemos querendo ser diferentes, originais, sair da rotina,
marcar nosso espaço com nossa originalidade, nossa “diferença”, curiosamente o
oposto do que fazemos na adolescência quando queremos ser igual ao nosso grupo.
Mesmo adultos no dia a dia porém, somos iguais à maioria tentando ser
diferentes, repetitivamente originais, nossa “rotina é o que fazemos todos os
dias tentando sair da rotina”, já dizia Millor. Ser realmente original é pra
poucos, arisco dizer que sai da normalidade, na maioria das vezes repetimos
comportamentos, herdados ou observados. A tão cultuada vida moderna nos
padroniza querendo ou não, a globalização também é de comportamentos. Levi
Strauss morreu temendo isso, um peruano com hábitos holandeses, um espanhol com
valores de vida orientais, uma pasteurização de culturas, mas não seria essa a
verdadeira originalidade? Um japonês com calor latino? Ou a latinidad
com sutileza francesa? Acredito que nem as ciências humanas possam nos dar o
caminho da originalidade, portanto melhor não perder tempo procurando ser
original, o melhor mesmo é ser autêntico!