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todos terão ao seu final um link para o SoundCloud com o texto narrado! Curtam!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Sensualidade pela idade


Sensualidade pela idade

Nas minhas observações da fauna urbana fiquei pensando o que faz uma mulher sensual. Será o olhar, o jeito, o vestir, a conversa, a ousadia, a timidez? Alguma combinação disso tudo? Ou o olhar masculino que as observa? Acredito sinceramente que há diversos tipos de sensualidade, melhor dizendo, cada idade tem sua sensualidade. Não idade cronológica e sim psicológica, ou espiritual. Algumas mulheres adultas com sensualidade quase pueril, outras maduras com a sensualidade consoante com sua idade, amadurecida com toda a objetividade e sutileza que o tempo proporcionou outras balzaquianas com a suavidade dos 20 e poucos anos, outras nos seus tenros 18 anos transpiram uma sensualidade sutil, encoberta quase formal, e não menos interessante ou atraente. O olhar masculino tipifica a mulher sensual, cada homem o faz segundo seus valores, preferências e até seus medos, aí entramos na seara da insegurança masculina, o mito da mulher inteligente, para muitos a mulher inteligente e intelectualizada é muito sensual, desafiadora; para outros tira a sensualidade, pois a associam a uma pedra bruta, rudimentar, ou simplesmente por se julgarem incapazes até de elaborar aproximação com elas.  Sensualidade é corpo e cabeça, mas em que proporção?  Se a intelectualidade faz parte da sensualidade porque algumas intelectualizadas não transmitem nada? Se a forma do corpo é o habitáculo da sensualidade porque algumas com corpo completamente fora do padrão tem um verdadeiro séquito aos seus pés? Continuamos sem respostas, e mesmo de as tivéssemos amanhã já poderiam não ser mais verdadeiras... 


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Reflexão egoísta


Reflexão egoísta

Há momentos críticos nas nossas vidas que não compreendemos! Por vezes olhamos somente para nós mesmos, literalmente para o nosso umbigo. Perdemos noção do nosso espaço e dos outros, ou por vezes percebemos que nunca nos demos conta do espaço do outro de fato.  Façamos aqui um mea culpa. Já tivemos a felicidade nas mãos, pensado que dividíamos bem as coisas, que éramos justos. Ilusão...  olhar enviesado do mundo. Realmente egocêntrico. O tempo poderia ter sido melhor, mais bem aproveitado, atenção adequada, mas uma certa cegueira toma conta da gente. No dia a dia o excesso de informação a nos invade os sentidos, a mídia a invadir a nossa mente querendo nos doutrinar, pessoas que mal conhecemos nos dando fórmulas prontas pra conduzir nossa vida, intromissões, e enfim recrudescemos! Reação de defesa em igual proporção ou até exagerada, sem medida espirra em todos a nossa volta! Na ânsia de nos protegermos criamos mecanismos, barreiras que passam a ser referências desse nosso pequeno universo pra tudo; e lá se vai a qualidade dos nossos relacionamentos, da nossa comunicação com as pessoas, simplificadamente jogamos a felicidade pela janela! Fechados em nosso mundinho, nosso espaço, esquecemos ou perdermos a referência do espaço alheio! Procuremos humildade, autocrítica, desapego e outros que tais!



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

História de amor digital...


História de amor digital...

Tempos modernos, sentimentos antigos, relíquias tecnológicas! No tempo dos meus avós, dos meus pais, se guardava a história de um amor em cartas com papel amarelado pelo tempo, um amarradinho com várias delas, cartas com a tinta começando a borrar; no meio delas algumas poesias muito inspiradas, originais ou copiadas de algum poeta. No meio de algum caderno ou livro antigo pétalas de rosas desidratadas pelas páginas, recebidas no aniversário ou algum dia dos namorados, discos de vinil com alguns riscos e a capa restaurada a Durex. Algumas fotos tão amarelas quanto comoventes, registro de felicidade. Agora no século 21, em lugar das cartas guardamos e-mails e histórico de comunicadores instantâneos, pelo menos aqueles que não deletamos intempestivamente em algum momento de irritação, no lugar dos discos de vinil anexos mp3, no lugar das fotos impressas, fotos digitais em jpg, no lugar da pétala guardada, um gif animado de um ramalhete de rosas, e ainda uma vantagem guardamos os bate-papos do dia a dia, o bom dia carinhoso, o elogio ou declaração de amor no meio do dia, o boa noite tranquilizador e aconchegante, as piadinhas e chamegos. Quase ia me esquecendo do celular, embora mais efêmeros os SMS’s tiram sorrisos nos momentos mais inesperados, um beijo teleguiado, um convite romântico, ou apimentado.  Como tudo na vida as relações mudam, as pessoas mudam, novas gerações chegam, os recursos mudam, a tecnologia estabelece novos padrões, mas o amor continua sempre... adormecido por momentos, mas vivo, latejante!




sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Dia Especial


Dia Especial

Não escolhemos nosso passado, nós o fazemos! Na mais tenra idade, já temos nossas escolhas, ou definimos em outra existência o que queremos e precisamos para amadurecer nosso espírito nessa existência, sermos pessoas melhores e mais elevadas. Sentimos falta do que pouco tivemos, de pessoas que pouco convivemos. Pessoas que foram marcas, referências na nossa vida, essa vida que teria sido muito diferente se a convivência chegasse até a fase adulta, ficar sem pai ou mãe em qualquer idade é doloroso, acredito que sempre perdemos primeiro aquele com quem temos mais afinidade, porque pela lógica espiritual e cósmica precisamos justamente conviver mais com o que temos menos afinidade, pra aprender, pra resgatar coisas mal resolvidas. O que se foi provavelmente é um anjo que veio dar a direção de nossa vida e voltou para o plano astral, esse está sempre olhando por nós, já temos nossa vida eterna resolvida com ele. E outro ponto nos cala mais fundo, geralmente o de sexo oposto nos faz mais falta, ou pelo menos pensamos assim!

Quem não gostaria, sendo menina, de ter vivido as brincadeiras com jeito moleque na infância, com aquela barba arranhando o rosto? Mesmo com jeito menino e em tom de brincadeira ouvir aquela voz grave gargalhando ou até repreendendo...  Mãos grandes desajeitadas e talvez grosseiras fazendo carinhos... afagando nos momentos de tristeza, transmitindo segurança... Saber que aqueles pés grandes andam suavemente na madrugada pra te cuidar e velar o sono.  Um peito viril com um coração mole que se emociona com um simples sorriso seu.

Um grande amigo na fase adulta? Quem sabe... Orgulhoso do que você se tornou, agora que já tem seu próprio caminho, e ao mesmo tempo renascendo filha todos os dias, relação de amor e confiança. Compartilhar uma refeição jogando conversa fora, falando da vida e num Dia dos Pais qualquer sentir a voz dele embargada olhando emocionado para o seu rosto e você poder agradecer pela vida recebida! Quem sabe um dia dar um neto... E ele o herói da sua infância, ser novamente, agora herói do seu filho!

Se o seu pai não está aqui com certeza está perto, mesmo as boas lembranças do pouco que foi e a saudade, tem grande valor, importante é guardar esse carinho e amor enormes com alegria, sabendo que ele cumpriu a missão dele!


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Pieniądze


Pieniądze

Dinheiro, money, dinero, argent, denaro, geld... não importa o nome nem o lugar... A utilidade e a simbologia em torno desse objeto são sempre muito similares. Poderoso, interfere nas nossas mentes, nos torna dependentes ou independentes, seguros ou inseguros. Interfere nas relações humanas, sejam quais forem... E por que?  Porque dinheiro é poder! Poder das pessoas e sobre as pessoas, sobre as coisas... Cruel? Não!! Realista! Literalmente quem paga manda! Com ele no bolso somos o máximo, podemos tudo... Comprar, consumir, ordenar, nos divertir; exercer de fato o IR e VIR. Sem ele, não temos força, somos frágeis, algo sempre terrível está prestes a acontecer, nosso circulo de amizades diminui, não compramos, não consumimos, e numa sociedade capitalista muitos acham que nem somos nada, o ser está condicionado ao ter... Nas nações, a autoestima de um povo, mesmo que de maneira mais abstrata, também reflete a pujança econômica do país, e em situações cotidianas entre pessoas de nações diferentes, nota-se mesmo que veladamente um grau de arrogância do mais “rico” sobre o mais “pobre”. Que objeto é esse que faz até o Sol parecer mais brilhante, as ruas mais largas, a nossa imagem no espelho mais bonita? Pensando menos ideologicamente e mais sociologicamente, como seria nossa relação com o dinheiro num mundo comunista? Realmente teríamos o seu uso mais direcionado ao bem coletivo que ao individual?

Nota: O título desse texto, que é dinheiro em polonês (lê-se peniandza), foi escolhido devido a um fato curioso, a Polônia (um dos mais simbólicos da ex Cortina de Ferro) é o único país europeu que está passando incólume pela atual crise europeia, talvez por estar conseguindo tirar o melhor do socialismo e do capitalismo.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A dissocialização...


A dissocialização...

Hoje no Metrô fiquei a pensar com meus botões, o carro sem dúvida é um conforto, para muitos uma conquista, um símbolo de progresso social e da individualidade. O transporte público por sua vez nos propicia conhecer maior número de pessoas, perceber a diversidade e observar o comportamento humano, um verdadeiro estudo psico-socio-antropológico. É uma verdadeira miscigenação social, se é que isso existe. Se vê literalmente de tudo, todo tipo de pessoas, todos juntos; se não interagindo pelo menos se olhando, se ouvindo, reconhecendo outros universos, outros códigos. É uma forma de os diferentes se aproximarem, e por vezes interagirem, num modelo de sociedade cada vez mais pelo indivíduo e menos pelo coletivo.

Sinto falta da minha infância e adolescência, não só pelas lembranças mas também de um momento quando a escola pública tinha esse papel, socializar, integrar os diferentes... Hoje observo que cada estrato social estuda em um tipo de escola, cada um com seus iguais, se criam crianças alheias às diferenças sociais, étnicas, econômicas e culturais, o resultado: adolescentes e adultos intolerantes, cada vez mais, sentindo o diferente como uma ameaça. O transporte público de certa forma ainda faz e resgata essa socialização, não integralmente, mas o faz. 

Creio que 30 ou 40 anos atrás com menos acesso a escolas privadas (ou escolas públicas mais eficientes na sua função) e menos transporte individual, a sociedade era mais tolerante, era possível os diferentes se reconhecerem e conviverem desde criança e cotidianamente. 

A escola em que estudei, vivi e convivi era uma sociedade em miniatura, onde convivíamos meninos, meninas, brancos, negros, orientais, pobres, ricos. Em salas em que estudei tive colegas filhos de favelados e filhos de diplomatas, uma amostra da sociedade literalmente, muito mais do que só um local de transmissão de conhecimento. Precisamos, governos e sociedade, repensar essa segregação velada que poucos estão se dando conta.